Muitas vezes – e quando eu digo “muitas” me refiro a “anos” – eu tive a certeza de que eu não merecia a felicidade de ter um amor. É muito louco falar isso, porque o meu pensamento de independência diz que eu não preciso de ninguém para ser feliz, que eu devo me amar e isso basta.
De fato, encontramos felicidade em vários lugares, momentos, situações, pessoas e óbvio no amor próprio. Mas quem não quer a sorte de um amor tranquilo, como dizia Cazuza?
Ah, pare de se enganar, todo mundo quer se sentir amado na vida. Mesmo quem diga que é “do mundo” e que não consegue se prender a ninguém, sente falta de ter uma pessoa ali. Sabe como eu sei disso? Quantas vezes, em uma sexta à noite você olhou para o celular para saber se alguém tinha lembrado de você? E quando não tinha nenhuma mensagem, qual era seu sentimento?
Pois é, não consigo contar quantas vezes eu simplesmente sentei e pensei “é, talvez isso não seja pra mim”. Ou ainda, depois que eu terminei um relacionamento, a minha reflexão passou a ser “a minha chance passou”. E com isso vinha aquela mega sensação de culpa de “como eu fui perder a minha única oportunidade de ter a sorte de encontrar um amor”.
Parece exagero né? Mas não é, porque é um sentimento de que você está ali perdida e presa em alguém que não existe mais na sua vida. Fora aquele vazio de que tudo está perfeito, mas falta uma coisinha, sabe?
Conheci muitas pessoas, algumas muito legais, outras nem tanto. A expectativa vinha a mil, a frustração chegava na mesma velocidade e aí era hora de sentar, chorar e pensar “aceite, isso não é pra você”.
Sabe o que acabou acontecendo? Passei a aceitar o mínimo que as pessoas me ofereciam. Sim, a justificar a atitude idiota de alguém. Quando me dei conta disso, me tranquei – literalmente – para pensar nas MINHAS atitudes e me organizei.
E da forma mais clichê do mundo, eu te falo: quando você se organiza e para de aceitar o pequeno, você encontra, onde você menos espera, o que você merece.
Precisamos parar de buscar freneticamente por uma coisa que nem sabemos o que é. Ter um amor não é ter uma pessoa. Além do mais, o amor pode durar apenas alguns instantes, porque amor é quando você se sente bem.
Quando eu consegui olhar para o lado durante a minha “busca sem foco”, tinha alguém ali me oferecendo no simples algo muito grandioso. Foi quando, do nada, eu pensei “está vendo só como você merece” e a lágrima teve gosto de felicidade, porque naquele instante era um amor fantasiado de cuidado.
Por Joyce Conde
@joyce_conde
“Além do mais, o amor pode durar apenas alguns instantes, porque amor é quando você se sente bem.”
Me identifiquei muito com esse trecho. Esses instantes de bem-estar e plenitude podem passar tão rápido quanto o pensamento consegue racionalizar.
E sabe de uma coisa? Tá tudo bem! Tá tudo bem a gente não se apaixonar perdidamente por aquela pessoa que oferece tudo o que idealizamos, mas simplesmente não é amor. Tá tudo bem sentir intensamente um carinho mas amanhã não querer mais.
Tudo isso porque eu acredito que amar pode se tornar uma experiência completamente diferente pra cada ser, variável a cada momento, a cada ambiente, a cada outro ser.
Não adianta ter pressa do outro, nossa pressa e sede tem que ser de nós mesmos.
E voltando ao texto, as palavras me pareciam organicamente anotadas de uma desabafo na mesa do bar, com cerveja barata e uma roda de bons amigos.
Ansiosa pelos próximos!
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Olá Rita
Muito obrigada pelo seu comentário. Foi ótimo conhecer o seu ponto de vista em relação ao assunto. E concordo com você “Tá tudo bem”.
Ah, “as conversas em uma mesa de bar, com cerveja barata e bons amigos” são sempre as melhores.
Aguardo o seus comentários nos próximos textos também!
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